Inverno de Novembro

Enquanto dirigia rasgando o leve manto de sereno noturno que se alastrava pela estrada, meu parabrisa permanecia eufórico diante do vidro do carro, dançando para lá e pra cá rapidamente compassado. Embora minha atenção estivesse focalizada na nevasca de nojo e desalento em meio a minha escuridão interior, percebi por uma fração de segundos a tristeza e desabrigo daquelas árvores lá fora: atoladas no frio da neve, sendo torturadas pelo gelo. Não estou sozinho, pelo menos ainda tenho o parabrisa.

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