Único caminho pela frente

         Posso sentir o farfalhar das árvores enquanto quebro as folhas rejeitadas do outono espalhadas pelo chão ao seguir meu caminho silencioso. Estou tão introspectivo ultimamente que posso sentir a agônia de minhas próprias palavras ecoarem em minha cabeça. Talvez eu exploda e ninguem se de por conta. No entanto, o que um poeta espera das outras pessoas? Compaixão? Psicologia? Digo, um poeta não, até porque tu ja notastes que não tenho habilidade nenhuma com textos - todo dia aprendo e reaprendo minha gramática com meus caros colegas - só tenho loucura. O que uma pessoa que escreve palavras confusas espera de si mesma? Ser lida? Ser escutada pela voz interior daquele que lê? Sim e não. Sou aquele que escreve para sí mesmo. Faço minhas, minhas cartas de amor e me apaixono pelo outro eu após desemaranhar o novelo de palavras e encontrá-lo em exílio, encolhido em retalhos de sentido à outra margem de mim. Impacientemente, continuo vagando através da penseira que abriga meus pensamentos pela avenida das vidas vazias, ainda que seja o único caminho pela frente.

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