Contra-dicas de 2010

Enterrem os castelos, os dias e as noites. Destruam a galhardia, a gentileza e a bondade. Queimem a tolerância, o prospectivo e a esperança de um novo amanhã. Aniquilem toda capacidade de abstração do mundo fenomênico. Dirijam o último abraço. Matem a chuva, os raios e os ventos. Pensem em sí para sí. Desolem-se, assim, para desolar o outro. Repreendam sonhos e imbecilidades longitudenais: vocês nunca irão a lugar nenhum. Pensem em tudo conforme o nada. Chorem por tudo, sim, o nada. Afaste o que é importante. Ceguem-se para não verem o mais próximo do relativo. Acomodem-se. Morram. Feliz dois mil e dez.

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