Estrelas

Eu viajo por um céu imaginário em que nunca previa estar sozinho por tanto tempo.
Era escuro e a unica coisa que continuava brilhando em seu estado natural eram as estrelas. Pensei na quantidade de tempo que me mantive sóbrio,
são e com meus princípios intocados e irrevogavelmente inflexíveis.
Por quanto tempo permaneceria assim, ali pensei.
Aquela noite interminável já estava me enjoando, me causando nauseas.
Por quanto tempo permaneceria intacto e invicto de alegrias e vitórias. Seria até aqui isso? Tudo isso? Todo esse pouco, o nada? Não acredito nestas meias verdades. Não acredito nem mesmo em mim algumas vezes. Enfim, agora estava anos luz em direção a lugar nenhum, o que não mudava o fato de estar no mesmo caminho que qualquer outro. Existe uma linha tênue entre o certo e o errado. A verdade, que na verdade existe, é o relativo, os dois lados (ou mais), aquilo que se encontra implícito, ou que não é passível de se enxergar a primeira vista. Notei então por uma fração de segundos, uma estrela estranha como um lampejo cruzando meu caminho. Fiquei de repente cheio de esperanças quando ela vinha no seu/meu percurso. No entanto, ao cruzar meu caminho, a estrela se apagou, deixando de me iluminar com sua força e brilho. Não sei o que foi que aconteceu para ela mudar de idéia e me deixar no apagão do frio deserto da escuridão do espaço. Perdido mais uma vez, me encolhi e baixei a cabeça sem esperanças. Então, pensei, o futuro tem muitos nomes: para os fracos é o inalcançavel, para os temerosos, o desconhecido e para os valentes uma outra oportunidade. Mas esse pensamento foi relativamente infeliz, porque a nostalgia é algo significativo para mim, assim como o ontem, pelo menos na maioria das vezes - mesmo sabendo que pensar assim é burrice, persisto. - De certa forma sempre há esperança, mesmo quando não se pensa em haver uma, estar vivo é esperar. A luz de alguns brilha mais que a de outros, isso é algo considerável. Mas se todos têm luz, por quê eu não brilho? Porque é impossivel ver o brilho de si mesmo. Existe pessoas nesse espaço, potenciais, capazes de ver minha luz, a minha real estrela, assim como eu vejo o brilho de muitas delas. A única coisa que posso fazer, concluindo, é esperar no vago espaço e tempo humanístico de vida, alguma estrela perceber a minha essência e senti-la brilhar.

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