Manhã de Abril

Quando acorda-se cedo a cama está desarrumada
Já era hora da partida, hora da chegada de uma nova ida
Mochilas prontas, lençois perfeitos e sem dobras
Desliga-se o ar e joga-se o lixo no cesto

Expressa-se o amor, um abraço e um beijo.
Na hora de deixar o local, um aperto no céu
Seu estômago meu, embrulhado na incerteza de ter tudo-aquilo de novo
Na matina de inverno, na recepção
os últimos rastros do sexo na chave da tua mão

Inspira-se o ar, vivificante, correndo intenso e ágil até o cérebro
todo cheiro, é intenso, é sincero
Tenha certeza, e agora de vez, que será o terror das noites sem outra vez
Joga-se a mochila para o banco, tira-se o mate da bolsa.
E contempla o momento, o instante, o que enfatiza o motivo de estar vivo.

Passa-se horas até o tchau, o adeus, o "te cuida".
Olha-se a íris um do outro para encontrar a palavra pura
Silencia-se, não se fala, no entanto.
Sem som, a reprodução de mil palavras.

Expectativa, constrói, derruba e mata.
Vive-se. Sente-se. Vive-se.

Comentários

Postagens mais visitadas