Sideral


A aparência do telescópio era anciã. Estava coberto de pó e seu tripé bastante enferrujado. Podia ver através de seus olhos bondosos uma nova versão do vazio que representa nossa Via Lactea. Naquela noite, os planetas estavam desalinhados e os cometas traçavam linhas alaranjadas por traz do anel de saturno. Entre as estrelas havia uma nevoa abaçanada emitindo um sentimento amargo, que exprimia uma mistura de desilusão e misticismo. Por ventura desses mesmos olhos bondosos, pôde ser avistado um aeróstato suspenso no infinito... perdido, flutuante, sozinho, sem ninguém, sem ser cuidado. Foi ai que fechei o livro.

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