I, 2, III (um, dois, três)

Parte I

Sei que um dia tu me ouvirás pronunciando aquelas palavras que um dia rejeitei te dizer. Quando tu voares pelo mundo vou estar aqui absolutamente sozinho. E não importa o tempo que levares até que te sintas nostalgico procurando novamente o caminho pros meus braços, eu vou estar aqui. Nunca serei o mesmo, preso nessas memórias. Na ilusão de que ainda pertença a ti. Porque depois de te amar nunca poderei ser o mesmo. Nada se compara, nem as folhas, nem as lágrimas, nem o tempo: não depois de ter amar. Sei que agora me ouvirás emudecido em um mundo tumultuoso de palavras.

Parte II

Leve tudo embora. Mesmo que aparentemente eu já não tenha nada. Se um dia estive me sentindo no céus -em um paraíso imaginário -hoje devo estar enterrado a sete palmos abaixo da terra. Porque a unica coisa que me restou foram teus tormentos, tua triste alegria, teus bondosos gestos de ingenuidade e o jeito que levavas a tua vida.

 Parte III

Existe algo entre o céu e o inferno. Há tu. Ainda não sei como é ao certo, mas é a média entre o limbo e o jardim do paraíso.

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