Minha Gramática e Literatura


Meu passado é perfeito, mas meu presente é recheado de imperfeições, incoerências e contradições. Uma seqüência de adjetivos me perseguem como antagonistas do meu próprio romance: o vazio, o frio e o fragil. Eles não me modificam, nem atribuem uma qualidade a mim. Eles praticam uma ação sobre mim. Me sacrificam, me atormentam, tornam-me sujeito a supremacia do pesar e a escravidão da nostalgia. Por isso, renego a impessoalidade, aliás, sou ultra-mega-hiper pessoal quando falo de mim, você e eu. Nessa corrida incessante o que muitas vezes me mata (pois já morri algumas outras) é a expectativa. Me perco em intransitividades enquanto caio e anoiteço. Procuro a toda a brida sentido em tuas palavras no breu do ontem.  Sou transitivo, objetivo e direto mas me comunico por figuras de linguagens, às vezes mantenho-me subentendido.

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