Organização Urbana

          "Não era a hora das horas passarem?" enquanto no encosto da janela do ônibus debruçava-se.  Ah, descanso. A solidão da caixa que se abre, livre como uma mola salta ao céu azul. De cinza e branco, pinta genialmente a desabrigada felicidade - que agora já não estava  mais só, arrastando-se como um borrão de nuvem passageira. Era um momento coletivo: a felicidade, o silêncio das vozes e ele. Em um solavanco, percebeu tristemente que havia chegado em casa. Seus tremores internos começavam a balançar, e não eram culpa da magnitude do reflexo do terremoto de Tokyo. Imerso em uma vida que não era difícil, e nem não era fácil, era nada - um outro nível de complexidade. de usinas de sentimentos prestes a explodir irradiante tornava-se chernobyl e kaboom. Sem tiros nem nada, tão pouco sua guerra era armada como a do Vietnã. Estava de mãos enfiadas no bolso, olhos pesados, trabalhando como escravo para sustentar  o sistema de sua colônia: sua casa, outras vidas, não a sua. Tinha 9 familiares, e por isso, sentia-se cansado e só. E amanhã, seria um outro dia, apenas outro dia.

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