A sua própria casa

        A minha pergunta, que do ponto de vista racional é retórica, havia sido "aonde eu pertenço?"  Saquei um cigarro de onde costumava por minha luvas. Acendi-o. Apenas mais um cigarro e as preocupações desapareceriam de meu rosto, pois seria tempo suficiente para tirá-lo da minha cabeça e materializá-lo diante dos meus olhos. Eu dirigia meu carro tentando palavras que não gostariam de ser expulsas de meu peito, pois se ele fosse, eu iria. Iria para Londres, Dublin, Paris, e em meu maior desvairo, para Amsterdan. Já não tinha medo de minha vida, ninguem deveria quando se é confrontado com o simples sentimento que torna-o subalterno das impossibilidades, que lhe causa angustia e ao mesmo tempo vontade de viver cada vez mais, cada respiração e cada segundo que vale a pena: o amor. E, agora, quando aquele ditado parece imensamente enxarcado de sentido "felicidade só é sentida quando compartilhada" minhas opiniões e atos reinforçam minhas convicções. O cigarro... joguei-o pela janela. Já sintia teu cheiro, já via seu rosto e, finalmente, sintia-me em casa.


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