Confusão final

          Todo artista ao escrever se preocupa com o efeito que quer provocar no leitor. Pois, todo texto possui um propósito comunicativo, já diria Jacques Lacan. No entanto, o que acontece, é que dessa vez quero desconstruir e bombardear esse sentimentalismo barato (?). Afinal, segundo Freud "o desejo é o desejo do Outro" . Bom, embora isso tenha soado subjetivo demais, constitui-se de uma reflexão psicanalítica da linguagem. Em suma, o significado de querer fazer-se entender ao desconhecido. Na linguagem verbal, isso se evidencia desde a organização de seu texto, as escolhas lexicais, e as questões que tangenciam o "meio" e que, através de suas variações, modificam os "fins" . De fato, tudo tem inicio, meio e fim. Faz parte da vida; é a dialética prenunciada de Marx; é o ciclo da vida. Mas imagine só quantas coisas passam por esse processo na vida de uma, apenas, pessoa. O idealismo está avesso a vida em tese: para alguns mais, outros menos. Tudo teria sentido se as coisas fossem mais simples. - Ai, que texto estranho! Re-li agora e resolvi escrever no meio experimentalmente. Desconsidere isso, ok? - E o que há de simples na vida? Sim, tudo; algumas coisas; nada. Cada um possui sua verdade, haja vista sua observação empírica. Mas não curto, plenamente, as ideias planas de Descartes sobre a vida. Existem coisas, aformicas nesse plano. Além de números, em um nível de pensamento extremamente submerso ao existencialismo, há uma superfície frágil, ilegível, indecodificável, tão permeável quanto a água, tão deslizante quanto o gelo e tão concreta quanto o vapor. Falar de sentimentos, não é somar dois mais dois, variantes existem, mas muito além delas estão as histórias, as angustias e o medo. - Queria férias. - Medo de viver, medo de acabar medo de começar,medo de não ser, medo de estar, medo de não amar, medo de sofrer, medo de pensar. Medo de não querer temer. Medo do que é diferente.  Medo do x e do y. A angústia de prometer, porque as promessas falham. Rir e não estar querendo rir. A pressão de ter que estar, ter que aproveitar, ter que ter um labrador, ter que se casar, ter, ter, ter. Pra ser feliz, eu preciso ter isso, pra estar feliz eu preciso ter aquilo, pra ser saudável, eu preciso comer isso, pra viver disso, eu preciso fazer aquilo, pra saber isso, eu preciso saber aquilo... tudo seguido, racionalmente, como se a vida fosse linear, regimentar e limitada as mimeses, rotinas, habitos, ao cliche do pensamento, as asneiras e leis, à crítica a qualquer ser humano, como se a razão fosse uma só, arbitrária e gradual .Existe uma razão pra tudo hoje em dia. - e que chato e impossivel é saber tudo -  Dia a dia é sempre uma nova euforia. E o que eu quero com isso? Dizer algo ou nada, dizer nada, sei lá.- Que vontade de apagar tudo! - Só sei que tudo tem fim.

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