Inspiração de uma noite de verão

         Helena olhou-me indefesa, sem saber o que fazer. Tomada pela raiva arrancou as palavras de mim em um átimo, jogou-as contra minha alma e triturou minhas emoções. Ela dizia "o amor transcende forma e julgamento". Quero  ver-te em meus olhos queimando e aquecendo o corpo: desde a nuca, aos ombros e , finalmente, aos braços. E que o cupido atravesse suas flechas até não sobrar mais nada do que fora um corpo. E era Helena em meus sonhos novamente, recusando as acusações de Hermia. Afinal, a culpa não era de Helena se havia  uma poção que mudara o destino e a sentença do amor. Seu corpo esvaziou-se das emoções e caiu em silêncio. Era a velha e antiga Helena, apaixonada por Demetrius.  Naquele instante, já não havia mais chama. E no fim da loucura, havia uma sombra estranha, que talvez significasse a presença de um feixe de luz naquela taverna úmida: era sair ou sentar-se - pois estava encolhida no chão. Decidiu sentar-se na mesa dos fundos e beber mais um pouco. A fumaça ainda estava ardente lá fora. Podia sentir seus olhos queimando novamente. E mais uma noite se passara sem você.

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