Um ar condicionado

           Era noite. Eu contra o travesseiro. Silenciei o tratado de paz para que explodisse a guerra dentro de mim.  Se isso fosse inútil do que serviriam as revoluções? Abraçai-me ao algodão enquanto despenquei em escuridão nos pensamentos mais íntimos. O ar gelado trafegava pelo meu corpo me incitando ideias fervecentes. "Desespero é não achar as respostas perdidas e continuar procurando-as esbaforido pelo simples fato de que elas estão  ali em algum lugar." Olhei a janela enquanto meus olhos perdoavam sua alma e senti-me um pouco arrependido. No entanto os pensamentos desaguavam em minha cabeça feito água de cachoeira. Então, continuei " Nem mesmo a lanterna mais luminosa no breu de sua fria e úmida caverna ofereceria tanta clareza: nem seguramente uma luz que guiasse-o pela escuridão sobre o desconhecido.". Revirei-me na cama ao sentir tuas mãos queimando em meu corpo e reconhecer teu mais confortável abraço. Depois de alguns minutos olhando para o vácuo dos lençois, destapei uma de minhas pernas enquanto a outra repousava sobre a sua, e,  finalmente, dormi.

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