Investigações

            Ser eu mesmo custou-me o vazio que duela constante contra o fio da minha espada.  Afinal, é essa dor que carrego desde que escorregaste entre meus dedos. Subia no último andar e descia centenas de vezes. Talvez tivesse reclamado duas ou três vezes, mas até dos mesmos degraus me nostalgizo. No trabalho, nada me afasta do mundo exterior; nada me faz mergulhar em cataclismos de diferentes ilusões; nada me faz olhar através do que há em mim; tornando-me detetive de mim mesmo, de uma verdade inconstante, uma verdade complexa que traz em seu recheio uma amostra de que existe valor para todas as coisas e sua natureza: as coisas boas e ruins. Talvez reclamasse demais e talvez tivesse agido da mesma forma um minuto atrás. Contudo, era disso que eu me alimentava: das fortes emoções; as discussões épicas; os argumentos fortes; armas invisíveis; da adrenalina dos extremos. Vai ver é assim mesmo, vai ver precisamos essencialmente das coisas ruins. E a espada clamou: pois do sangue ainda há sanidade, mas do vazio não há mente.

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