Conto sobre o menino de Turningham #3

        Seus olhos esbugalhados, sofredores de dores profundas. Pensei por um segundo que minha carne iria ser desviscerado pela criatura, pois estranhamente ela parecia me ver, troteando insanamente. Finalmente, quando havia pensado que este seria o meu famigerado fim, ele atravessou-me, choramingando, e logo atras dele uma machada o perseguia, acertando-lhe o encéfalo. Ele estava fugindo, mais deles fugiam... a floresta recuava as sombras que oprimiam seus restos. Um sentimento de total falta de esperança bateu-me. Ogros batucavam tambores carregando os esqueletos de minha família, cercando-me pouco a pouco, sem eu poder perceber como tudo acontecia. 
         Nesse momento, ela apareceu. Descendo de uma neblina negra do topo das árvores sobre um cavalo branco com asas... ofereceu sua mão. Era Liah. Movimentou delicadamente seu cetro, enquanto girava em torno de si mesma. Até que fez-se um feixe de luz. Durante 50 e poucos anos vivi ao lado dela como um aliado: caçando, lutando e tomando decisões... Instituiu-me como filho, após ter salvo minha vida, e para assim manter a minha inocência e verdadeira  natureza. Devotei lealdade seguindo suas condutas e valores e por assim dizer, tornou-se minha mãe, até o dia de sua morte. Sua morte causara a sombra das flores e os dia em que os rios não corriam; minutos que não passavam; as folhas dos Sobreiros não mexiam-se mais. Quando o pôr-do-sol chegava, a imagem de minha mãe sob a lápide sorria, mas só até o crepúsculo. Ansiava pela sua volta em Turninghan. Assim como a Fênix ressurge, minha mãe, do lago ao lado dos Sobreiros dourados, renasceria.



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